QUANDO A DEPRESSÃO TE ABRAÇA
Carlos Baltazar
Master Trainer de PNL, formador e coach
Gosto de me interrogar e perceber como funciona a mente, numa perspetiva de
crescimento e descoberta pessoal.
O e-book que vai abrir-lhe as portas para o mundo da PNL.
Nota importante
Este artigo testemunha a minha experiência ao lidar com a depressão.
A minha especialidade é coaching e treino em PNL. Não sou psicólogo nem pretendo dar soluções que outras pessoas devam aplicar.
Em caso de depressão maior, sugiro que consulte um psiquiatra ou psicoterapeuta qualificados.
Quando, pela primeira vez, tive um diagnóstico de depressão, fiquei surpreendido, pois acreditava que era imune a esse estado de espírito. Dizem-me que isso acontece com muita gente.
Estava a atravessar um período de grande ansiedade, com um grande período de tempo em que tinha dificuldade em manter o sono. Assim que comecei o tratamento com ansiolíticos, comecei a sentir os sintomas de depressão: tristeza sem motivo específico, pensamentos circulares, e a sensação permanente de estar a cair, numa queda sem fim.
Estou deprimido. E agora?
Recorri a tratamento profissional com psiquiatra e psicoterapeuta. Recomendo a quem me lê que façam o mesmo.
Todavia, permaneceu a sensação de que estava indefeso contra as partidas da minha mente e decidi que tinha de experimentar outras abordagens que me dessem uma estrutura mais resiliente e me permitissem também compreender os fenómenos da mente e antecipar problemas.
Li livros de autoajuda, estudei o essencial de tradições espirituais como budismo e, em consequência, ganhei mais distanciamento em relação ao ruído mental.
Sei que muitos criticam os livros de autoajuda, não acreditando que produzam mudanças duradouras. Estou inclinado a dar-lhes razão, mas acredito que podem funcionar como uma primeira abordagem de apaziguamento e regulação emocional.
Porém, a grande transformação surgiu com o treino de PNL. A partir da formação de Practitioner de PNL, senti que ‘já estava vacinado’ contra as armadilhas da mente e não voltaria a cair…
O que era verdade, mas só até certo ponto.
1- Verdade porque passei a saber observar-me melhor e a detectar as distorções da mente.
2- Menos verdade porque há muitas vicissitudes na vida e muitas formas de perder ânimo, amontoando problemas e perdendo acesso a recursos.
O que me preparou para futuros embates foi ter ajudado muitas pessoas quer em coaching, quer em treino de PNL. Isso fez-me contactar com uma enorme variedade de experiências de sofrimento e necessidade de apoio no sentido de activar os recursos da mente. Nota: isso foi possível porque, entretanto, fiz a certificação master e trainer de PNL.
E, o que mudou então?
Quando novos episódios de depressão se aproximavam, sentia que ela me abraçava, mas estava preparado para vencer esse abraço.
Claro que se podia tornar um abraço de urso, algo que queria evitar a todo o custo.
Comecei por usar outra metáfora, que me dava mais poder:Dançar com a depressão.
Esta é a metáfora que escolhi, quando sinto que a depressão me quer abraçar.
Uma dança é um conjunto de movimentos de aproximação e afastamento, mas que têm uma lógica e que eu posso conduzir.
E, se me permitem algumas sugestões:
Dica nº 1. Quando a depressão se aproxima, como se te quisesse abraçar, imagina que é uma dança em que tu defines a distância em que te colocas em relação ao parceiro. Mais ainda, tu escolhes o ritmo e o passo da dança.
Quando estava a fazer a minha certificação como Master em PNL, fazia parte do programa modelar uma estratégia especialmente bem conseguida de alguém que eu considerasse um exemplo numa determinada competência. Escolhi uma amiga que tinha uma capacidade notável de arrostar com adversidades e dar a volta por cima.
Na altura, não imaginei que este trabalho me viesse a ser tão útil.
Após ter criado o modelo de algumas estratégias que esta pessoa seguia, uma nova tarefa foi sintetizar uma técnica que qualquer pessoa poderia usar para sair de uma situação depressiva e dar a volta por cima.
Chamei-lhe a ‘técnica da rede elástica’. Mais tarde descobri que tem semelhanças com uma outra técnica conhecida na PNL como técnica Dickens.
Usei-a muitas vezes, com sucesso, comigo e com clientes de coaching.
Quando sentia que a dança começava a ser conduzida pela Sra. depressão, fechando o seu abraço, decidia entrar num jogo diferente. Atenção, este processo é mais seguro se for acompanhado por um profissional competente.
Acima de tudo, é preciso ter a consciência de que há uma fronteira, que ao ser cruzada, dificilmente a nossa consciência consegue vencer as armadilhas mentais e torna-se necessário, muitas vezes, tomar medicamentos para regularizar o funcionamento cerebral.
Dica nº 2
- Imagina que tens um caminho à tua frente que se bifurca em dois. Para um lado, tu dás a volta aos teus problemas, percebes que, em boa medida, só existem na tua mente, e antecipas como te vais sentir quando voltares a estar na posse de todos os teus recursos.
É altura de criar uma âncora simples para este estado positivo. Ao usufruíres da sensação agradável de ter feito esta escolha, faz um gesto que lhe fica associado. Pode ser apertar uma das mãos ou pressionar dois dedos, algo deste género. - Para o outro rumo, considera que a depressão irá abraçar-te com todos os seus efeitos ao nível de sensações, comportamentos, relacionamentos e dificuldades de funcionamento equilibrado. No meu caso, em que a sensação era de queda, imaginava que caia cada vez mais, antecipando as consequências negativas desta escolha.
Aqui entra a metáfora da cama elástica. Imaginava-me a cair numa cama ou rede elástica, que, a certa altura, inevitavelmente chega ao fundo. Aí a energia acumulada vai levar-me para cima. Aciono a âncora e imagino-me no caminho da escolha positiva a desfrutar da vida que quero ter. - A metáfora da rede elástica pode ser substituída (para quem saiba nadar) por um mergulho em que, a certa altura, tu chegas ao fundo e dás um forte impulso para sair e respirar livremente.
Dica nº 3
John Overdurf (especialista de hipnose e PNL) propõe uma prática simples que eu sugiro que treines muitas vezes, de tal forma que ela se torne uma ferramenta que dominas e usas quase automaticamente.
- Quando estiveres a passar por uma situação desagradável, sentindo que te faltam recursos para sair dela, interroga-te simplesmente:
– Apesar disto que estou agora a sentir, a que mais que é realmente importante na minha vida não estou a dar atenção?
E deixa que a tua mente te ajude com recordações de momentos bons, sensações boas que estavam ignoradas, ou bons projectos que poderão criar o teu futuro atraente.
Há um passo prévio a este que pode ser útil quando tens uma sensação desagradável. Pergunta-te: isto é como o quê? Se fosse um objecto que forma e cor teria? No exemplo que dei, a sensação era uma queda. OK, então vou imaginar que posso controlar essa queda, por exemplo caindo num monte de algodão ou numa enorme e macia almofada.
A um cliente que sentia que a sua sensação de peso era representada por uma enorme bola vermelha, sugeri que mudasse a forma tamanho e cor. Então a imagem mudou para um balão amarelo que acabou por ser levado pelo vento. Cada caso é um caso, o importante é que ganhemos alguma margem de controlo sobre a nossa experiência subjectiva.
Cuidar do diálogo interno!
Não alimentes o círculo vicioso do mal-estar. Como? Não vale a pena discutir ou mandar calar o critico interior.
Em situações depressivas, o padrão típico é o diálogo interno com uma voz que nos critica opções passadas e nos leva remoer á volta do tema “E se eu tivesse feito diferente. Se não tivesse feito isto e aquilo, agora estaria bem.”
O crítico interno é uma emanação de uma das funções mais importantes da mente: protecção.
Para nos proteger, a mente leva-nos a preocupar-nos. Quando desregulado, este mecanismo produz stress e ansiedade.
E leva-nos a rever o passado, para que não repitamos erros.
O problema é que, no momento em que o fizemos, não dispúnhamos da informação que nos levaria a classificar de erro as decisões que tomámos.
E o passado tem uma característica notável. Já passou e só existe em memórias que são representações animadas e distorcidas de algo que julgamos ter acontecido.
A pergunta a fazer nunca é “porque fiz isto” ou “porque isto aconteceu”, mas sim, “o que posso agora fazer diferente” ou “o que posso fazer com isto que aconteceu”.
E quanto à voz de censura que não se cala? Simplesmente observa-a, sabendo que é uma manifestação da mente que tem a intenção de te proteger. Não deves lutar contra ela, mas podes pedir-lhe que te ajude de outras formas. Quando simplesmente observamos o fluxo de pensamentos, eles deixam de nos controlar, percebemos que são como nuvens a passar no céu, não são o céu.
Cursos
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Para profissionais que procuram ganhar as ferramentas mais importantes que a PNL oferece a quem trabalha com pessoas em processos de transformação.
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A Certificação Practitioner de PNL é um curso que ensina as técnicas da programação neurolinguística para melhorar a comunicação, o autodesenvolvimento e o sucesso pessoal e profissional.
Reforce e sistematize os seus conhecimentos. A Certificação de Master em PNL, destina-se a quem quer avançar no caminho da utilização eficaz das ferramentas da PNL com Mestria, Sistematização e Congruência no seu sistema Corpo | Mente | Espírito.
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